domingo, 26 de maio de 2013

Amor à primeira vista

             E de repente, ela se apaixonou por aquela imagem que ela havia visto naquela manhã. Aqueles cabelos lisos, levemente assanhados com os fios caídos lateralmente pela face davam um charme ao rosto pálido. Os lábios rosados eram perfeitamente delineados e volumosos, atiçando-lhe o desejo de morder a parte inferior e puxar-lhe levemente, e assim, causar arrepios ao corpo daquele ser humano tão perfeito aos seus olhos naquele momento. E aqueles olhos castanhos, de destacavam na pele alva, eram pequenos e brilhavam como nenhum outro. Ás vezes pareciam cansados, mas naquele dia, irradiavam uma energia, uma felicidade que a tempos não eram encontradas neles. Então ela percebeu que aqueles olhos reluziam como ouro á luz do sol, e ela percebeu que olhos castanhos tinham seu charme.
               Então, ela se amou depois de muito tempo que não o fazia. Ela se olhava no espelho, e admirava o cabelo ainda despenteado por ter acabado de acordar. Sabe aqueles dias que você acorda com vontade de viver? Esse era um dos muitos dias que se ela se sentiria assim. O seu reflexo no espelho fez renascer Narciso, e ela se apaixonou pela mulher que havia ali. Não havia mais motivos para se sentir triste, ou simplesmente reclamar da vida. E não sentiu mais pena dela por não tê-lo ao seu lado, mas sentiu pena dele, por não saber valorizar uma grande mulher que havia passado em sua vida, e ele nada fez para que ela permanecesse. E na vida dela, se não for pra somar, pra valorizar, não fica. Nunca ficaria! Migalhas não era para ela! Ela era rainha, nasceu para dominar o mundo com seu jeito menina e mulher.
              Ela viveria a partir daquele dia para si, se apaixonando cada dia mais por ela mesma, pela vida. Descobriu naquele dia que havia muito mais do que o amor para viver, que felicidade não era sinônimo de amor da sua vida, e sim de amor próprio. O sorriso, o brilho no olhar, o bom humor, a sinceridade, a gentileza, o prazer de viver seria visto nela, todos os dias! E para ele, só restava a frase: -Tchau amor, tô indo viver!
              

domingo, 12 de maio de 2013

Felicidade

       

"Dont worry, be happy."

                          E um belo dia, ela acordou assim: feliz. Porque ficar triste? Ela tem motivos para isso? Não, não tem. Pelo contrário, ela passou a enxergar a vida com outros olhos: com olhos mais simples, mais humildes, e passou a enxergar o melhor que a vida lhe oferecia.
                         O sorriso, o olhar, o ânimo, a força, a garra, a vontade, tudo havia voltado para ela em um passe de mágica, e tudo se tornara mais simples do que se parece. Estresse? Nem pensar. Nada mais estragaria o seu dia, ninguém mais tiraria o sorriso e aquela sensação de poder conseguir qualquer coisa que quiser. Era tão estranho como ela havia mudado, sentia-se mais madura, mais adulta, mesmo que fosse apenas ela que enxergasse isso, ou sentisse. Ou talvez poucos perceberam aquela mudança nela, afinal, para quem havia adormecido por tanto tempo, despertar era necessário, mas muitos demorariam para enxergar e compreender.
                       E então, os contos-de-fadas não fizeram mais sentido, nem as músicas românticas. Ela não entendia mais porque a felicidade só era alcançada quando se estava ao lado de alguém. Não entendia porque a sociedade tanto pregava a "verdadeira felicidade quando se encontra a alma gêmea, a metade da laranja". Porque ela teria que ser completada por alguém? Ela não pode ser completa sozinha? Não pode ser feliz sozinha, sorrir sozinha, e ter momentos especiais sem estar acompanhada? As princesas só são felizes após encontrarem o príncipe encantado, mas antes disso, a vida é um enorme martírio. Mas... Tem que ser exatamente assim? Apesar de acreditar em amor verdadeiro, príncipes encantados, e jovem era feliz. E talvez a felicidade seja assim: só chega pra quem é feliz, bem de mansinho, pra você nem perceber.
                   Ela encontrou dentro dela a felicidade. E, enquanto o seu príncipe não chegava, ela continuava sendo feliz. Decepções? Ela tinha sim, mas, depois que ela havia despertado daquele sono profundo, da inércia que a impedia de caminhar, evoluir... Ela decidiu que nada mais a faria desistir, fraquejar, ou tirar aquele sorriso do rosto. Dias tristes, dias ruins, todos nós teremos. Mas cabe a cada um de nós saber como iremos encarar isso, afinal, nem todo dia é bom... Mas todo dia ruim, acontece pelo menos uma coisa boa.